quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Anônimo Nerd.






    Existem apenas 10 tipos de pessoas neste mundo: as que entendem códigos binários e as que não entendem!
(anônimo)

Minha mulher ideal

    Alguém por desaforo, escárnio ou sadismo torpe, desferiu-me que sou fácil com amores e que me apego a qualquer caso.
  
    Fugi das acusações com riso fácil e frases-feitas, mas revirei-me na mesa de lata do boteco a refletir.
  
    Tenho um objetivo, um ideal a ser atingido? De fato, precisava definir. Delinear. Desenhá-la.
  
    Como seria minha mulher ideal.  
  
    Não precisa muito pra ser minha mulher ideal. Tem que sorrir quando estiver triste, ser melancólica na felicidade, chorar sem motivo algum só pra ganhar colo, amar incondicionalente sem cobrar.

    Ser engraçada na frente dos amigos, séria frente aos problemas, romântica nos momentos de solidão do casal, e parecer sofrer de saudades toda vez que olhar pela janela em um dia chuvoso...

    Mulheres assim, com olhar doce, lábios angelicais, oferecem ternura, e parecem ser frágeis como uma flor, mesmo sendo fortes por dentro e mostrando segurança nos momentos de fraqueza do amado....

    ... mulheres assim são perfeitas, independentes da beleza, da moda, da situação social e das jóias que usam sobre seus corpos.

    Em sentido lato uma princesa. A minha princesa.
  
    Posto que a reflexão levou-me à razão novamente, retornei a minha posição de ébrio habitual e entornei o caldo novamente.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Livro de cabeceira

Cum concordantiis veterls et novi Testamenti et sacrorum canonum: nee non et additionibus in marginalibus varietatis diversorum textuum... Lugduni per M. Jacobum Sacon. Expensis Antonii Koberger, Nurembergens., 1522. in-fol. Printed in red and black. Title embraced with borders a. mark by Sacon. Woodcut on full-page by Hans Springinklee (S. Jerom and the lion) two on semipage (creation of Eve by Springinklee and the king Solomon on a bed) and a great number of magnificent little figures on wood a. numerous initials.149 Willer, О. Collectio in unum corpus, omnium librorum Hebraeorum, Graec, Latin., necnon Germanice, Irai., Gall. Hisp. scriptorum qui in nundinis Francofurtensibus 1564—1592 venales extiterunt. Francof. ex off. Nicc. Bassaei, 1592. 4t°. 3 parts in 1 vol. veil. 60.—
One of the earliest bibliographies in systematical order comprising Willer's Catalogi novi nundinarum from 1564 up to 1592. Cf. Schneider, Handb. d. Bibl. 184.

Panzer VIII, 17,742. Rare edition. — At the beginning a few water-stains, but generally a good copy.
154 — Liber II de mundi historia cum comment. Jac. Mil ich i i. Francof, P. Brubach, 1543. 4t°. W. many astronom. diagrams, at end a Janus-head. Wooden boards cov. w. richly blind stamped vellum, 2 clasps. 20.—
Contains at the end: Gratio de dignitate astrologiae dicta a Jac. Milichio. Possessor's entry on title. Fine copy.
BOTANICS [Plinius] — CLASSICS [Aeschines — Aristophanes]. 292 Ammianus Marcellinus. Rerum sub Impp. Constantio, Juliano, Ioviano, Valentiniano et Valente per XXVI annos gestarum Historia. Lugd., Franc, le Preux, 1600. 8v°. Limp veil. 8.—

223 Apuleius Mad. Floridorum Libri IV. De Dogmate Piatonis l. l. De Philosophia l. I. Argent., Schurer, 1516. 4t°. 36 ff. W. a woodcut border on title, cut off on top, fine rubricated initials on cribble ground. Hf. cf. MS. notes by a contemp. hand. 15.—
Proctor 10242. Schmidt 193. Rare edition. Title and first leaf defective.
224 Avianus. Aesopicarum fabularum liber. A Th. Pulmanno in lucem ed. Antverp., ex off. C. Plantini, 1585. 16m°. sew. 6.—
225 Caesar. Rerum ab se gestarum commentarii. Lyon, d-line; printer's mark at the end. Hf. veil. 36.—
Panzer IX, 413, 39 b. On title several notes, some marginal annotations, somewhat stained towards the end, last two leaves repaired on margins, but generally a good copy.
203 Rhinuccino interpr. Eusebius contra Hieroclem. Zenob. Acciolo
interpr. Lutetiae, Gul. Cavellat, 1555. 16TM°. Hf.-cf. 8.—
204 — Delia vita di Appollonio Tianeo. Trad, per Fr. Baldelli. Fiorenza, L. Torrentlno, 1549. 8v°. With numer. small woodcut-initials, veil. 6.—

208 — Foxius, Seb. Commentatio in decern Platonis libros de Republica. Baslleae, Oporlnus, 1554. fol. (20:30,3 cm). Full brown calf, with fine borders, the sides are divided by dotted lines into lozenges, wherein double-crosses (Lorrain-Cross), with which the sides are thickly, studded; back decorated in the same manner as the sides, gilt edges. 300.—
Fine example of a so-called „Repetltions-Elnband". Except for slight damages on frontcover well preserved.

122 Epistolae apostolicae, Pauli Jacobi, Petri. Johannis et Judae. Item apocalyps.
Johannis, Epistola Des. Erasmi de philosophia Euangelica. Argentorati, Joh.
Cnobloch, 1523. 8v°. W. interesting woodc. border on title, printer's mark atend. Blind stamped veil., 2 clasps. 60.—

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Luto








Pensando um pouquinho em uma grande amiga que se foi, e que deixou grandes lembranças.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mal de Cobb , Dolores de Teddy - Tramando paralelo entre Ilha do Medo (Shutter Island, 2010) e A Origem (Inception, 2010)

    Quantos conflitos esse ano para nosso amigo DiCaprio, que enfrentou dois tramas psicológicos que envolviam suas mulheres mortas!
    E curiosa coincidência, ambos os filmes falavam, mesmo que de maneira diferente e com diferentes linguagens, sobre as camadas possíveis de realidade, ou meandros entre essa e a ilusão.
    Enquanto Shutter Island de Martin Scorcese explora a delicada sanidade de Teddy Daniels aplicada à uma possível e sofisticada conspiração em um sanatório insular da America pós-guerra, Inception, de Christopher Nolan  lida com a idéia de manipular as múltiplas camadas de consciência vistas pelo ser humano como uma matiz entre sonho e vigília.
    Ambos os filmes usam alguns elementos comuns, no meu ponto de vista. Os dois personagens de Leonardo DiCaprio têm como grilos-falantes suas falecidas esposas que aparecem constantemente ao longo dos enredos para dar conselhos contraditórios que em alguns momentos pensamos conter a chave para os enigmas que permeiam suas histórias. As duas parecem de forma esfumada terem perdido suas sanidades por seus maridos, e agora clamam por sua demência.
    Nos dois filmes o herói possui seus condutores pelo inferno astral em que vivem, Ariadne pelos sonhos com Cobb e  Chuck pelos desvairios na ilha com Teddy. Existem "mentores" por trás dos dois: Miles e Dr Jonh Cawley. Quanto à mente que propõe o Enigma, nos vemos induzidos a seguir os sonhos de Robert Fischer tanto quanto à infanticida Rachel em sua suposta fuga.
O desfecho dos filmes seguem uma linha de raciocínio curiosa: parecem abertos, pois traduzimos uma grande miragem com Cobb voltando às suas crianças e Teddy enlouquecendo de fato.
    Cada diretor escolheu sua forma de nos mostrar isso: Nolan optou pela cena do pião cortada pouco antes de sua possível queda, escondendo da platéia a veracidade daquela realidade em que rodava, tornando-a ambígua.
    Scorcese preferiu como solução singela uma frase. Dita por Teddy a Chuck pouco antes de ir rumo à sua inevitável lobotomia no final do enredo, exprime o paradoxo dos dois filmes, e pra mim traz a solução para seus finais misteriosos:
    - O que poderia ser pior, viver como um monstro ou morrer como um homem bom?

Juscelino Kubitschek

Flexível, não se acanhava de mudar de idéia quando necessário: "Não tenho compromisso com o erro", insistia.

Informal, mas nunca vulgar, Juscelino Kubitschek tinha hábitos simples – um dos quais, tirar os sapatos, fazia a delícia dos fotógrafos. Teria, quando jovem, machucado um dedo, e sempre que podia liberava os pés – os pés que lhe valeram fama de exímio dançarino. Mesmo que fosse em presença de uma beldade como a atriz americana Kim Novak, em cuja companhia foi fotografado – ambos descalços, numa cena que inspirou bela página do escritor Nelson Rodrigues.


fonte: http://www.projetomemoria.art.br/JK/biografia/3_homem.html#

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Perestróika da Melancolia em Puro Pavê

    Um gato preto passeava num muro incendiado pela lua cheia, vagaroso, observando detalhes dos telhados das casas que via desse ponto privilegiado de vista.
    Um cachorro peludo e desgrenhado, mais parecido com o cruzamento de ovelha com as vira-latas das vielas, observava o gato, quieto, ali em baixo do muro, esperando o gato saltar, só pra pregar-lhe um susto daqueles.
    Um ratinho cinza, assustado, com o coração pulando como dançava em adrenalinas mil de mil medos, estava em uma fresta escura, só de focinho pra fora, esperando avidamente o cachorro ir embora para cuidar dos problemas da sua vida.
    O tempo passava, o gato andava de um lado para o outro do muro, o cachorro abria a boca de tédio e o ratinho tilintava de ansiedade e de todo sustos.
    Pôs-se o gato a miar, miar pra rua, buscando uma fêmea que pudesse dar-lhe a prática de uma noite de núpcias.  Segurou o cachorro o uivo para lua, que sabia ser bela, mas seu tributo tinha espera da caça na espreita.
    E o rato, que puxa, esse rato, que só fazia esperar e esperar, com toda a sua fome e desejos de sobreviver nesse mundinho hostil. Vai não vai, vai não vai, foi, pata ante pata, tentando atravessar o canino amedrontador.
    Eis que uma janela se abriu, e uma bota voou, assoviando seu caminho na cabeça do gato, certeira, deixando miado e tranco num rodopio, jogando o bichano feito dado viciado em cima do cachorro, que estava quase cochilando, e que agora latia num susto, escuso de garras de felino nas costas, pulando de surpresa e dor! O rato tão próximo todo se arrepiou, estalou mais ainda os olhinhos e paralisou quando viu que o gato naqueles xiliques o havia avistado, e feito juras num contato visual.
   Quanta confusão, quanta agonia! Se todos girando num pião justo de comoção da briga armada, gato, cachorro e rato correndo atrás uns dos outros, percebessem o cheiro do pavê proveniente daquela janela aberta.... e no final, perceberam: um odor de comida típica, característico tapa na cara dos três animais famintos.
   A briga acalmou, todos se aquietaram, levantando seus focinhos para sentir os sons daquela sinfonia olfativa..... e pouco a pouco cada um foi... do seus jeito, meio que de lado, embora.... pensando em suas melancolias gastronômicas que só o pavê podia proporcionar, naquela hora, naquela janela tão inacessível quanto o coração dos homens, o santo graal das guloseimas (CONTINUA)....

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Provisões em puro Pê

Um pouco puto o papagaio perdeu pena de pensar
que poderia perder pompa se pudesse apaixonar
a periquita tão peposa prum petardo dum pitu
que passeava pelo palco de um palácio pluvial

A panacéia do paspalho não pisava em piso próprio
pois para pintar parto de um pinto parido de pai pitu
precisa partir do ponto que periquita não põe pantufa
nem se apinha com tipos limpa-pedras de poças por aí




O papagaio plagiou um plano parco de um pinéu
e produziu as picardias pra profanar com seu pincel
a polvorosa propensão da periquita em povoar
todo o planeta com o amparo do aparvalhado do pitu

Passou tempo em impropérios pra pagar um pequinês
para apurar na cepa pensa um pequeno e puro pau
que aparasse pois as pernas do pitu propriamente
e pegasse pra apagar da periquita paixão pungente   








Mas o panguão do aplumado padeceu na peripécia
e se apoderou apimpalhado de poderosa amnésia
se esquecendo do pitu, da periquita e de seu degringolê
e até mesmo que tentava rimar tuco com o pê!

A origem (Inception, 2010), direção Christofer Nolan

    Sonhos dentro de sonhos, viver em sono, num grande aquário que de pouca em pouca vez se pula pra olhar o curioso mundo de fora, o da vigília.
    Dizem que o povo Kazar dominava essa técnica, e que os kazares usavam-na com primazia para obter de seus inimigos posições favoráveis em dias de guerra, e comprometimentos de aliados nos de paz.
    Christofer Nolan usou desse tema para trabalhar em seu novo Matrix, o Inception, filme que diz ter idealizado e trabalhado desde então em 2001.
    Gostei da idéia, achei-a muito curiosa e com viés para uma eventual trilogia. Mas pecou por excessivas cenas de ação, desnecessárias para o enredo e nocivas o suficiente para vampirar tempo suficiente de película para eventuais explorações do universo lúdico de Morfeu.
    Seu mundo, complexo e cheio de regras propostas pelo autor, ao invés de ser explorado em seus tramites,  foi exposto tal qual uma crônica de uma personagem, Cobb, que aparentemente é perseguido por uma grande corporação e precisa fazer um trabalho hercúleo para conseguir sua redenção: entrar nos sonhos de um alvo e plantar-lhe uma idéia na cabeça.
    Vai então com sua equipe através dos diversos ciclos compartilhados do sub-consciente de seus membros e da vítima em si até achar o ponto crucial em que a idéia pareça ter sido criada pela própria, de forma que vingue.
    Mas os desafios aumentam à medida que percebem que essa pessoa possuia treinamento para se proteger de invasões. E como toque de classe, temos o Nêmesis da história, a projeção da esposa morta (morta?) de Cobb, que os persegue em todos os níveis de sonho dessa aventura, dado que seu sub-consciente também faz parte do universo compartilhado.
    É possível entender o que é realidade ou o que é ilusão? Existe de fato uma realidade, ou tudo é uma ilusão dentro de outra? A obra de Nolan brinca com isso, num domínio que só os kazares entendiam de fato: os sonhos. Mas os kazares foram extintos ou assimilados há séculos, e só nos resta então especular o que de fato o famoso diretor de Memento quis nos mostrar, e torcer para que aja seqüelas de sua obra para um superior entendimento de seu trabalho, que é bem legal. Mas sem tantas cenas de ação com soldadinhos de chumbo, por favor!

PS. Tudo foi um sonho de Milles? Cobb foi só seu peão, manipulado pelas mãos de sua Ariadne?
PS2. Tudo foi um sonho de Nolan? Nós somos apenas peões, manipulados pelas mãos de seu Cobb?

Meus atos nos dias de vento

...
Um dia por semana dos meses de vento viril, macho, dedico-me à fertilizar a terra. Dos sonhos, do sono, do reino, dos mil encantos, da vida paralela em baixo da minha real-bela que está pronta e no cio, e que chora em busca do geminador. Da semente, da fécula, do estigma, da fagulha transcedental, do sopro divino, do divino choro gerador, da divina comédia trágica do inferno na terra, quente do atrito do sexo em que a fecunda.

Em um dia aleatório dos meses atrofiados de um ano doente, eu choro a morte dos meus ancestrais, apodreço meus sonhos, tusso a tosse tísica dos fracassados, e encaro de frente minhas costas num espelho que só isso sabe, pra lembrar pros outros dias da minha vida que tristeza é longa e não passa, e só um demente entra em seus trilhos de trem ausente pra enfrentá-la.

Uma semana de chuva nos dias de bissexto casual subo na montanha mais alta e bato em meu peito pra liberar grito forte, animal, demarcando territórios que ninguém dos mil horizontes ainda conhece, e de mil lugarejos próximos que alguém desconhece. Sou dono de tudo e de quaisquer que vivam aqui e lá, e se peço algo, num retumbar da minha força, sou logo atendido pelo meu esplendor. Nessa montanha, sou santo, sou deus, sou chuva e sol para os povos da gaia.

Se respondo esse e-mail em uma terça-leitosa, que seja dia de feira ou de semana, é para lembrar que minha presença proclama, exclama, reclama, e se faz sentir freqüente por tudo o que penso e sou. Sua solidão é atroz pra um alguém que sempre andou solitário por esse mundo, sua compaixão é ineficaz para quem sempre foi poço de compaixão. Se tenho mais que mil e duzentos amigos no mundo, tenho mais que mil e duzentos nenhuns sofrendo por mim e por causa de mim, para e pelo meu bel prazer de não poder agradar a tudo.

Minha presença assim é real. Imperiosa e viva, nas suas mente e alma(SIC).

Assim afirmo.
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