Introspectivo e estridente. A intenção não é gostar, julgar ou entender. Mas sentir. O relacionamento de um adolescente com sua mãe, sacolejando na linha tênue entre amor e ódio.
Segredos que se conta para estranhos, mimos e desafetos por ações indevidas, imprecauções de ambos os lados. Quem está certo? Alguém está certo? A vida real está cheia de caminhos tortuosos, mas vista com olho clínico, repleta de poesia.
O estranhismo é que se busca coerência na história, lógica, razão do autor em se meter na empreitada de ser quase autobiográfico. Mas ele privilegiou o meio, o antagonismo entre mãe e filho, a hostilidade e ojeriza dos transeuntes que permeiam os bastidores dos acontecimentos.
Em um dia sereno, solitário e pronto para cinestesia, recomendo uma passada no cinema para assistir "Eu matei minha mãe", de Xavier Dolan. Mas vá sem expectativas, só olhos ouvidos e coração. Uma produção canadense, em francês de Quebec.
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