Entrei no albergue em Brasília, lá pela meia-noite e meia de domingo. Noite difícil pela frente, com batucada de Peruanos, Bolivianos e Venezuelanos em um congresso de arquitetura que iria durar até terça-feira. Um calor insuportável, pernilongos comendo solto.
Entrei no quarto, meio claro, meio escuro, e escutei dois caboclos conversando vagarosamente em Inglês, como que tentando se entender em uma língua que não era materna pra ninguém, mas abraçava a todos nesses momentos.
Um israelense e um campineiro, filosofavam na capital mais futurista e esquisita que esse mundo já conheceu, acerca dos segredos do universo.
Cumprimentei os dois, arrumei minha mochila, pus meu pijama e deitei num dos beliches vazios. Daí, o Israelense, todo enrolado em um lençol (pernilongos?) naquele quarto abafado, me perguntou "What is the meaning of life?"
Pensei um pouco, me concentrei em um sorriso encabulado, e respondi sem graça "42!". Funcionou, eles conversaram um pouco sobre o filme do mochileiro das galáxias, e eu aproveitei pra fingir um pouco que dormia.
Mas, sério, enquanto estava com os olhos fechados, veio à luz a hipótese da alegria através do entendimento de que o fim é inevitável. É bobagem, lógico, mas eu estava num albergue no meio de uma terra desconhecida! Acho que mereço o esforço!!!!
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