Alguém por desaforo, escárnio ou sadismo torpe, desferiu-me que sou fácil com amores e que me apego a qualquer caso.
Fugi das acusações com riso fácil e frases-feitas, mas revirei-me na mesa de lata do boteco a refletir.
Tenho um objetivo, um ideal a ser atingido? De fato, precisava definir. Delinear. Desenhá-la.
Como seria minha mulher ideal.
Não precisa muito pra ser minha mulher ideal. Tem que sorrir quando estiver triste, ser melancólica na felicidade, chorar sem motivo algum só pra ganhar colo, amar incondicionalente sem cobrar.
Ser engraçada na frente dos amigos, séria frente aos problemas, romântica nos momentos de solidão do casal, e parecer sofrer de saudades toda vez que olhar pela janela em um dia chuvoso...
Mulheres assim, com olhar doce, lábios angelicais, oferecem ternura, e parecem ser frágeis como uma flor, mesmo sendo fortes por dentro e mostrando segurança nos momentos de fraqueza do amado....
... mulheres assim são perfeitas, independentes da beleza, da moda, da situação social e das jóias que usam sobre seus corpos.
Em sentido lato uma princesa. A minha princesa.
Posto que a reflexão levou-me à razão novamente, retornei a minha posição de ébrio habitual e entornei o caldo novamente.
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