Ser inconformado é não aceitar a ordem das coisas, tal qual nos é apresentada. Mas a grande questão, ao que me parece, é como podemos nos utilizar da força do inconformismo, vital para a evolução da vida, de forma que possamos atingir algum progresso. Ou seja, não gastarmos a força de ação do nosso inconformismo apenas com gestos inócuos de indignação ao sistema ou culpando ao próximo por coisas que nós mesmos poderíamos resolver no dia-a-dia?
A população brasileira não é acomodada, como dizem, no ponto de vista do seu potencial de se inconformar. O problema é que ela não tem tradição de buscar por ações que solucionem seus problemas diários. Talvez por uma questão histórica paternalista desde os tempos do império, gostamos de transferir a responsabilidade das nossas mazelas aos nossos líderes, esquecendo que a cidadania provem de cada um de nós.
O conhecimento do Estado é sim muito importante, mas ainda mais importante é conhecermos nosso papel como protagonistas no sistema político-social em que vivemos. O dever de que as coisas funcionem não é de uma determinada parcela da população privilegioada ou detentora dos poderes atribuídos ao Estado, mas de todos que integram essa entidade e exercem suas escolhas através do voto consciente.
O dia em que cada brasileiro chamar para si a função de ajudar sua comunidade local, desde a reciclagem de lixo à prudência em economizar recursos e zelar pelos bens públicos, nossa inconformação será plenamente saudável a ponto de gerar energia para o progresso da nossa nação, mantendo a devida ordem para a busca da nossa felicidade em meio à essa grande aldeia global chamada planeta Terra.
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