terça-feira, 11 de setembro de 2012

Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.

   Porque o relemos com o mesmo prazer, ou talvez até maior do que o da primeira leitura.
   Um livro é bom se tem uma história que agrada, mas também pode ser bom por seu estilo ou por seus sentidos subliminares.
   Gosto do "Dicionário Kazar" porque me faz sonhar sonhos estranhos, por exemplo.
   Curto muito isso em livros.
   Agora estou lendo algo que me faz sentir bem, pela leveza da leitura: "O nariz de Pasquale".
   Bom, muito bom.
   Porque ele nos leva à uma emboscada: diz que é a história de um turista que decide passar seu ócio em uma cidade exótica, e de fato é isso que nos traz, porém notamos uma grande filosofia através das observações sensíveis das personagens locais através dos olhos nosso protagonista.

   Aclamado por sua estranheza e encanto, este livro conta a história de um advogado de Nova York que foge para uma pequena vila etrusca com sua esposa e bebê e descobre uma comunidade de excêntricos que os fazem se sentir em casa. Bairrista e saboroso como todo descendente de italianos sabe reconhecer!


   "Il Buco está localizado em uma das ruas mais curtas, estreita e escuras de Sutri. 
   Fiel ao seu nome e localização, é um buraco escavado na lateral de um edifício, como se o prédio tivesse sido operado em anos anteriores e que sua ferida não tivesse sido devidamente fechada.


   A sala de jantar de Il Buco não tem mais que cinco mesas, com o resto do espaço ocupado (em ordem de tamanho crescente) pelo refrigerador, Salvatore, e da lareira. Nas paredes de Il Buco - originalmente branco, agora coberto por uma fumaça cinza-patina, se encontram três pequenas pinturas sendo que uma das quais é um retrato de uma mulher que parece ter engasgado com uma salsicha. A pintora era uma mulher que recebeu alguma notoriedade durante a sua vida, e que. segundo Salvatore clama, jantou no Il Buco.

   Apesar das grandes quantidades de calor e fumaça geradas pela lareira, Salvatore encontra-se impávido, deslizando carne dentro e fora das chamas, seus braços passeando sobre a garganta de fogo. As labaredas não afetam Salvatore. Ele é o seu mestre. Salvatore é Vulcano."


   Legal mesmo.

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