quarta-feira, 21 de julho de 2010

Peripatetas paulistanos na Paulista em alta madrugada


Nasci em São Paulo, no hospital São Paulo, próximo à Paulista, e porque não dizer, ainda escolhi a opção de ser São Paulino. Porém, fui criado no interior, só vindo pra cá morar efetivamente depois de adulto.Lembro-me que costumava vir até aqui com meus pais em visita, e achava tudo lindo, grandioso, magicamente movimentado. Mas nunca imaginei que um dia pudesse entender um nativo morador dessa cidade. Esse foi meu pensamento que julgo ter se aprofundado mais ainda no primeiro dia em que fui até a avenida Paulista, sozinho, fazer um curso de uma semana de especialização pago pela empresa na qual trabalhava na época. Tudo tão alto, cativante, lindo! O que pensavam essas estranhas pessoas que nasceram e cresceram vendo isso tudo?
Ontem, muito tempo depois, fui a um pub próximo ao parque Trianon, bem no meio da dita avenida, e seja porque não tenha conseguido um táxi, ou mesmo por querer andar pela madrugada, fui embora até o seu início, no Paraíso, com uma amiga, que, engraçado dizer, é uma autêntica nativa moradora da região.
Andamos no meio de luzes... pedestres tresloucados fazendo quaisquer coisas que deviam achar que estavam fazendo... e ríamos, ríamos muito! Ela por estar ébria de cerveja irlandesa e lembranças dos seus romances ancestrais... eu por caminhar na avenida mais noir do Brasil.
Percebi a necessidade de não tentar entender o que os que aqui estão acostumados a viver acham sobre essa intrigante avenida, mas o sentir o que eles sentem, e como desenvolvem seus pensamentos e emoções quando aqui passam.
Ecôo Milton em seu slogan, Paulista, sim a mais paulista das avenidas.

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