terça-feira, 20 de julho de 2010

Saber que vou te ver: 987461965185654864893816141426987849 pontos!


Às vezes ficamos felizes por vários trizes, - sabe, daquele tipo, feliz por um triz? - e não nos damos conta de quão importantes são esses micro-risquinhos que corremos. Talvez os trizes de tristeza e fracasso sejam mais famosos, mais marcantes - lembra daquele beijo que perdeu por um triz? - porque nos empenhamos em corrigi-los no futuro como se isso nos desse poder para modificar nosso passado: oh, se eu tivesse mirado melhor na cesta, respirado melhor, meu time teria ganhado e eu seria o cara mais legal do universo!
Mas o tema é a felicidade por um triz, ou, desculpe, o triz da felicidade, aquele seu acerto pequenininho que te fez ser realizado, bem sucedido na sua empreitada.... o sorriso no timing certo pra uma moça bonita, o pirulito esquecido no bolso que você dá pra criança chorando na fila do banco, o acerto dos passos de bolero mesmo com aquele resfriadozinho chato!
Esse triz deveria ser vangloriado... amado, querido!
Mas, infelizmente, tragicamente, ele está tão incutido nos momentos mundanos e triviais, que acaba por não carregar seu mnemônico nas nossas lembranças: imagine, em nosso exercício mental do dia, tentar lembrar do triz que te fez dar aquele bom-dia gostoso pra seus amigos nessa terça-feira chuvosa.... foi porque você acordou com sua música preferida no despertador, foi o gosto da torrada quentinha com a geléia.... o que de fato foi o triz para que se apaixonasse.... o sorriso dela em um momento inapropriado, a atitude impetuosa que quebrou padrões?
Queria tanto que um gênio da lâmpada me mostrasse esses trizes felizes.... porque acho que assim me concentraria mais nos verdadeiros troféus da minha vida, ao invés de me concentrar nos sucessos que deles decorreram.

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