quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Mais amor, menos reunião

Reunião, conjunto de pessoas, unidas por um fim comum. Aglomerado? Agregado comunitário, sociabilidade, obrigação? Não. Reunião não põe pão. Aqui as coisas vão e vem conforme as ondas que já vinham e voltavam ontem ou a meses atrás. 
Nada muda em uma reunião, só amplifica. Mal humor, ansiedade, desespero, desinformação. Alguém denuncia intrigas na reunião. Outro insiste, coage, propina, precisa de asseclas, precisa de participação. Mas para que seu lado mais forte prevaleça suas condições egoístas de impositor. 
Imposição, está aí uma boa palavra que sempre rima com reunião. Vamos comunicar novas regras, novas rotinas, novos horários de atendimento, uma nova ordem de demissão. 
Em massa, individual, quem sabe, está vindo aí uma nova onda, que a nova ordem é cortar gastos, tudo aqui é alto custo. 
O chefe anterior extrapolou, as metas não foram cumpridas, muita coisa que era pra rolar foi pro funil. 
Qual esperança, quem falou em confiança, a ordem do dia é desapego, é trabalho gratuito voluntário, é força tarefa pra empenho no sábado. 
Quem disse que coisa boa aparece quando um amontoado de gente que tem medo uma das outras se aglomera em um cantão. 
Que negócio floresce quando o pior pesadelo é agora o melhor amigo de qualquer pessoa? Um desastre, um cataclismo, Armagedom, mudança de planos, plano b, sem plano algum, o plano agora é montar currículo para mandar mercado afora. Sigilo total, segredo é o mote em qualquer situação. 
Ouviu burburinhos, alguém disse algo que parece que é quase certeza, parece que tudo não passa de ilusão, miragem, mágica, alucinação. 
Ninguém sabe a extensão do prejuízo, ninguém sabe quem errou primeiro, se veio de cima ou de baixo, se cortaram a cabeça da diretoria ou a pancada é pra quem tem RG número par do setor. 
Não adianta, não estressa, respira fundo, olha o coração. 
Três pontos de safena ano passado, já bati um carro, arranhei a van de um terceiro, uma não mas três multas, vinte e cinco pontos na carteira, tudo pelo horário, o maldito relógio, razão mor e pai de todos os atrasos. Vamos ser objetivos. 
E por falar em objetividade, vou contar uma história muito engraçada. É sobre meu filho, aconteceu na escola, ou então é algum vídeo engraçado que eu vi. 
Sim, aquele que vocês também viram, mas vão ter que escutar, afinal sou o chefe, e a vida de vocês me pertencem, pelo menos durante as oito horas seguintes, se não formos contar as horas extras caridosamente doadas e contabilizadas como trabalho voluntário. Como se existisse altruísmo na escravidão. Reunião, conjunto de pessoas, unidas por um fim comum.

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