quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Já te revelaram um segredo?


   Hoje aprendi uma coisa nova.
   Quem me contou essa coisa disse pra mim que tinha um segredo há muito tempo guardado, mas que não se importava em compartilhá-lo com alguém: os tempos já eram outros e não valia mais como antigamente.
   Mas confiava em mim porque disse que eu tinha olhos de arqueólogo e poderia me surpreender se contextualizasse a informação. Ou seja, em outras épocas esse segredo seria muito valioso, mas hoje estava guardado em um relicário por valores sentimentais.
   Pessoa z então contou a sua coisa. E, incrível, não é que era um bom segredo mesmo? Posso garantir que eu não conseguiria mantê-lo por pouco mais de 15 anos, como foi o caso; bem, talvez o mantivesse por uns dois ou três anos no máximo.
   Se bem que, envolvia outros, e envolvia o dono. Uns iria achar normal (carpe diem!) mas a grande maioria do povo é conservadora, e poderia dizer que tudo era muito vexaminoso. Obliterante da moral e dos bons custumes, eruditos diriam!
   Ou talvez ninguém dissesse nada, nem ligassem. Difícil dizer, pois tanto tempo se passou, e as coisas não são mais como antes. Mas algo eu posso garantir, categoticamente... eu ficaria pasmo se soubesse a coisa na época em questão.
   Ah, me ajudaria a confirmar uma série de teorias genéricas que fui obrigado a abandonar ao longo do tempo por falta de dados substanciais. Abriria meus olhos para os céticos ante teorias da conspiração. Afinal, não é uma conspiração se pensar. Só era daquele jeito porque era assim que deveria ser feito, e coisas assim devem, pelo menos naquele momento, ser mantidas em completo segredo.
Pelo bem dos envolvidos e de seus parentes desavisados, lógico!
   Pena que hoje não se valorizem mais essas coisas, e a pessoa em si talvez não se sinta tão especial quanto antes... mas por um momento, creio que sua estrela brilhou mais que nunca!
   Hoje não aprendi uma coisa nova, mas três.
   Aprendi algo sobre segredos e pessoas, aprendi o segredo em si da pessoa e, o mais importante, que não importa quanto tempo seu segredo ficou guardado a sete chaves, você sempre vai acabar dando com a língua nos dentes e contar ele para um língua solta como eu!
Brincadeira, eu consigo guardar ele por mais um tempo... quem sabe não é?
:)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.

   Porque o relemos com o mesmo prazer, ou talvez até maior do que o da primeira leitura.
   Um livro é bom se tem uma história que agrada, mas também pode ser bom por seu estilo ou por seus sentidos subliminares.
   Gosto do "Dicionário Kazar" porque me faz sonhar sonhos estranhos, por exemplo.
   Curto muito isso em livros.
   Agora estou lendo algo que me faz sentir bem, pela leveza da leitura: "O nariz de Pasquale".
   Bom, muito bom.
   Porque ele nos leva à uma emboscada: diz que é a história de um turista que decide passar seu ócio em uma cidade exótica, e de fato é isso que nos traz, porém notamos uma grande filosofia através das observações sensíveis das personagens locais através dos olhos nosso protagonista.

   Aclamado por sua estranheza e encanto, este livro conta a história de um advogado de Nova York que foge para uma pequena vila etrusca com sua esposa e bebê e descobre uma comunidade de excêntricos que os fazem se sentir em casa. Bairrista e saboroso como todo descendente de italianos sabe reconhecer!


   "Il Buco está localizado em uma das ruas mais curtas, estreita e escuras de Sutri. 
   Fiel ao seu nome e localização, é um buraco escavado na lateral de um edifício, como se o prédio tivesse sido operado em anos anteriores e que sua ferida não tivesse sido devidamente fechada.


   A sala de jantar de Il Buco não tem mais que cinco mesas, com o resto do espaço ocupado (em ordem de tamanho crescente) pelo refrigerador, Salvatore, e da lareira. Nas paredes de Il Buco - originalmente branco, agora coberto por uma fumaça cinza-patina, se encontram três pequenas pinturas sendo que uma das quais é um retrato de uma mulher que parece ter engasgado com uma salsicha. A pintora era uma mulher que recebeu alguma notoriedade durante a sua vida, e que. segundo Salvatore clama, jantou no Il Buco.

   Apesar das grandes quantidades de calor e fumaça geradas pela lareira, Salvatore encontra-se impávido, deslizando carne dentro e fora das chamas, seus braços passeando sobre a garganta de fogo. As labaredas não afetam Salvatore. Ele é o seu mestre. Salvatore é Vulcano."


   Legal mesmo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Içado, após rendido

 ...do mar mais distante é que te vejo, expondo-se graciosa por sobre o cais do meu desejo, chegando incólume e com ardor ao coração, obliterando meu olhar que vé só fogo e paixão / sereia, bela sereia, me confessa só uma vez/ não tenho ti, não tenho cais, não tenho nada, tudo não passa de uma ilusão.... por que me enganas, bela sereia?

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Para dizer num momento feliz

Ah, que louquinha!
Qualquer dia um anjo vem e belisca sua testa!

Professora

Quantos pequenos acham que merecem você.
Mas você não merece os pequenos, porque sabe que suas responsabilidades são maiores, pra não dizer piores.
Cuidado meu bem, senão os pequenos engolem você...

Confusão arquitetada

   Estou abismado com as possibilidades, a vida é tão curiosa quanto improvável!
   As vezes ando em círculos, vez por outras me esforço pra me perder, só pra conhecer novos caminhos, com luzes novas e brilhos intensos.
   Hoje vejo que a diferença é o prêmio sutil daquele que tem olhos treinados e acuidade para percebê-lo, porque não basta querer ver as coisas com outros olhos, também têm que querer enxergar!
   Calendoscópios, mosaicos e labirintos, que venham todos em sonhos pra mim hoje, que essa noite quero vislumbrar minha paixão sempre inconformada pela diferença! Ah, como é bom ter a liberdade, o frio arrepiante da brisa sobre os cabelos soltos, sentir seu cheiro de perigo, sua ilusão traiçoeira! Hoje quero amá-la, solitário, que pouco se sabe sobre a paz interior que não habite a mais profunda relação unitária entre os céus e o homem em seu pretenso singular. Vamos vento, me carregue, estou pronto pra sentir paixão!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Meu cantinho especial, em Montevidéu.


   Uma lembrança, por nefasta que se nossa memória, vez por outra fustiga nossa alma para que lembremos nosso verdadeiro trilhar por esse mundo. Poucas dessas memórias tenho em mim com tanta intensidade como a que me trás esse lugar. 
   Trata-se da sala de um albergue, mas muito mais importante que isso, são as impressão de velho casarão que nunca o abandonam, ao contrário, pululam em todo lugar como risos abafados de crianças e lampejo de família tradicional. Mas estranho, tudo soa fantasmagórico, atemporal por lá, ouso dizer que tudo é meio que abençoado por uma intensa melancolia. 
   Cada um nota o que quer, e eu notei o que importava pra minha vida que era meu sonho de infância, o almejo por escrever. 
   Hoje um enfeite, ou peso de porta, antes aquela antiga máquina de escrever foi algo que minha imaginação alçou como uma ferramenta de um jornalista, um escrivão de polícia, ou talvez de um grande escritor de romances uruguaios.
   E o cheiro, o cheiro daquele lugar! O clima perfeito, nem frio nem quente, mas fresco o suficiente para observar, por sobre as grandes janelas dessa sala, o passar de transeuntes despreocupados pelo bairro intelectual convidando o observador a esmiuçá-los, analisá-los, transformá-los em personagens de grandes intrigas ou simples poesia.
   É nesse lugar que decidi, em âmago e alma, escrever o que penso, o que imagino, o que crio só pra mim, e doar para o mundo. Parir esses filhos de sonhos e ser feliz por participar de alguma forma, com algo que é meu para outros que queiram comigo viajar. 
Quem tem um lugar,
mesmo que no coração, tem o mundo.

Quem tem um amor,
mesmo que distante,
é feliz.

Quanto tempo ainda posso sofrer,
mesmo sabendo que um dia ainda possa de ver?

Quanto tempo ainda posso viver,
mesmo sabendo que um dia possa te ter?

Sozinho, aqui, penso em ti.

F.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dias Herméticos

   Quarta-feira fiz uma deliciosa torta que ninguém irá comer. Quinta-feira sem motivo aparente desci 2 estações de metrô depois da minha habitual, só para voltar a pé, e no caminho vi um mercado, entrei e comprei uma pimenteira e um pacote de chá de boldo. E quanto a sexta? 13. Só Deus sabe como será o fim de semana, mas pra mim não interessa.
   Por quê não interessa? Simples. Porque cansei de me interessar pelas coisas, pelos tempos, pelas pessoas, pelos planos, pela vida. Não estou deprimido, triste ou descabido, e pelo contrário do que pareça, continuo sendo um inconformado. A questão é que chega um momento que acredito que todo ser humano com um mínimo de ócio* passa em que percebemos que tudo o que fazemos é um tremendo clichê, um imenso lick de guitarra mundano**, e que não importa quão rápido e longínquo fujamos da maré, sempre seremos pegos por ela. Ou seja, não conseguimos ser originais, únicos, ou qualquer outro lero-lero. Sempre acabamos parte do ciclo vicioso, como diria Belchior, como nossos pais.
Por quê fiz uma torta pra ninguém comer? Por que chutei um copo de leite de quase um litro no tapete só pra limpar depois, por quê desci do metrô pra comprar uma pimenteira que não preciso? Pra ser excêntrico? Talvez. Mas isso não me faz nem um pouco diferente do grupo de habituais paranóicos-maníacos-deturpados-paulistanos do qual infelizmente fujo, mas que vejo agora, faço parte.
   Quero correr, fugir do meu emprego, da minha cidade, dos meus amigos, da minha vida, por um pouquinho só, apenas o suficiente para olhar de fora o sistema o qual faço parte, e ver se realmente sinto falta de algo. Porque dinheiro ou bem material nenhum no mundo me agraciam com a tentação pela longevidade. Quero explodir, quero derreter, quero ser nada, porque a vida inteira eu sofri almejando ser tudo! Ser bombeiro, engenheiro, padeiro, líder intelectual, ser gostoso, ser lindão, ser famoso, ser o maior amigo dos amigos do mundo! Agora quero Isso, esse Isso único, o ser Nada. Nem que seja só por hum ano, 10 dias ou dois segundos. Tenho certeza que só chegando Nisso é que poderei um dia saber se realmente quero alguma coisa. Talvez ser um clichê, por exemplo. Mas um clichê realizado.


*quem não pára(SIC) pra pensar não sofre, mesmo porque não pensa. 
**homenagem ao dia mundial do Rock. Que dia bobo. Prefiro o dia municipal do Forró.  

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Frase que escutei no mercado

Vai levá bolachinha recheada não, Messias?


daí parei, pus a a caixa de leite de volta na estante e pensei: é, português é o que está na boca do povo, o resto é só devaneio da academia brasileira de letras.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Comédia contraversa


Esqueça todas as indicações que eu fiz. Assista Happinness, 1998.
http://www.imdb.com/title/tt0147612/

São histórias de várias pessoas.
Mas os diálogos, épicos, do pai certinho(!?) e do filhão descobrindo o mundo são fascinantes.

um deles, parafraseado de memória:

-Pai, o que é gozar?
-É um liquido espesso que sai do seu pênis durante uma grande momento de excitação.
Filho envergonhado.
-Filho, você já gozou?
-Já pai.
Pai vê cara de filho constrangido.
-Não precisa mentir para o seu pai.
-É que todos na classe já gozaram.
-Não se preocupe filho. Um dia você conseguirá gozar. Você costuma brincar com seu amigo?
-Bem, já, mas não sei o que fazer.
-Bom, filho, se você quiser, eu posso te mostrar...
-Não pai, obrigado.
-Mas se precisar de ajuda, pode contar comigo...
-Certo pai.
-E não deixe de praticar, ok filho?
-Ok pai, boa noite.
-Boa noite, garoto.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Vc não mede as palavras!

 Eu pinto sua vida de um colorido que não tem matiz igual nas suas experiências anteriores. Então estranha.

Qualidade duvidosa?

Paulo Coelho, Stephen King, Jorge Luis Borges, Shakespeare são todos farinhas do mesmo saco. Contadores de história que ganham a vida escrevendo. Falar sobre qualidade das obras é no mínimo equivocado: o momento exige o autor correto, para a experiência eficiente. Falar bem ou mal de algum desses, mais que gosto, ao meu ver, vai de acordo com a moda, ou a tendência da época. Meu conselho, por derradeiro, é  não perder tempo repetindo o que os outros dizem; leia tudo, leia cada autor, curta cada história. O instinto as vezes funciona melhor que uma indicação daquele seu amigo jóia, que diz saber diferenciar o essencial do lixo.