sábado, 19 de julho de 2014

Finais não importam


Acaso gostaria eu de me especializar nas preliminares, nos intróitos e nas formalidades iniciais? Sim, porque se eu abrisse e lê-se trechos à esmo, ficaria claro e assumido que estou voltado para a diversão esparsa e imediata, mas aparentemente sinto-me acovardado em assumir que não quero mais ler livro algum, então quando os abro de forma magnífica sentindo seu cheiro de novo com grata novidade no estilo e forma autorais, vou sempre para seus inícios. 


Gosto de coisas novas, e de contar casos furtivos que me aparecem na mente. Tenho alta dificuldade em escrever memórias ou continuar histórias de outros dias. Seria essa atitude um exemplo do espírito nômade e casual que cerceia os grandes projetos de nossa geração?

Percebi algo parecido com minhas leituras. Cada dia que vou na biblioteca, e minhas visitas são diárias, quero ler trechos de um novo livro. Sempre começo do prefácio, e quando ou se os venço, parto para o início do capítulo primeiro. 

Mas de lá sou condenado a nunca mais voltar. O que de fato significa isso? Eu me faço essa pergunta freqüentemente, o porque não dignificar nenhuma obra com um pouco da minha paciência e persistência? 
Sabem vocês, como sei eu que a memória do ser humano não se compara às memórias dos elefantes, então se, de alguma forma voltar a ler esses livros talvez daqui cinco semanas ou anos, tornarei a começá-los novamente da contra capa, sob risco de mal lembrar de que se trata o início do livro e seu primordial incidente incitante.

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