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Um dia por semana dos meses de vento viril, macho, dedico-me à fertilizar a terra. Dos sonhos, do sono, do reino, dos mil encantos, da vida paralela em baixo da minha real-bela que está pronta e no cio, e que chora em busca do geminador. Da semente, da fécula, do estigma, da fagulha transcedental, do sopro divino, do divino choro gerador, da divina comédia trágica do inferno na terra, quente do atrito do sexo em que a fecunda.Em um dia aleatório dos meses atrofiados de um ano doente, eu choro a morte dos meus ancestrais, apodreço meus sonhos, tusso a tosse tísica dos fracassados, e encaro de frente minhas costas num espelho que só isso sabe, pra lembrar pros outros dias da minha vida que tristeza é longa e não passa, e só um demente entra em seus trilhos de trem ausente pra enfrentá-la.
Uma semana de chuva nos dias de bissexto casual subo na montanha mais alta e bato em meu peito pra liberar grito forte, animal, demarcando territórios que ninguém dos mil horizontes ainda conhece, e de mil lugarejos próximos que alguém desconhece. Sou dono de tudo e de quaisquer que vivam aqui e lá, e se peço algo, num retumbar da minha força, sou logo atendido pelo meu esplendor. Nessa montanha, sou santo, sou deus, sou chuva e sol para os povos da gaia.

Minha presença assim é real. Imperiosa e viva, nas suas mente e alma(SIC).
Assim afirmo.
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