terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A origem (Inception, 2010), direção Christofer Nolan

    Sonhos dentro de sonhos, viver em sono, num grande aquário que de pouca em pouca vez se pula pra olhar o curioso mundo de fora, o da vigília.
    Dizem que o povo Kazar dominava essa técnica, e que os kazares usavam-na com primazia para obter de seus inimigos posições favoráveis em dias de guerra, e comprometimentos de aliados nos de paz.
    Christofer Nolan usou desse tema para trabalhar em seu novo Matrix, o Inception, filme que diz ter idealizado e trabalhado desde então em 2001.
    Gostei da idéia, achei-a muito curiosa e com viés para uma eventual trilogia. Mas pecou por excessivas cenas de ação, desnecessárias para o enredo e nocivas o suficiente para vampirar tempo suficiente de película para eventuais explorações do universo lúdico de Morfeu.
    Seu mundo, complexo e cheio de regras propostas pelo autor, ao invés de ser explorado em seus tramites,  foi exposto tal qual uma crônica de uma personagem, Cobb, que aparentemente é perseguido por uma grande corporação e precisa fazer um trabalho hercúleo para conseguir sua redenção: entrar nos sonhos de um alvo e plantar-lhe uma idéia na cabeça.
    Vai então com sua equipe através dos diversos ciclos compartilhados do sub-consciente de seus membros e da vítima em si até achar o ponto crucial em que a idéia pareça ter sido criada pela própria, de forma que vingue.
    Mas os desafios aumentam à medida que percebem que essa pessoa possuia treinamento para se proteger de invasões. E como toque de classe, temos o Nêmesis da história, a projeção da esposa morta (morta?) de Cobb, que os persegue em todos os níveis de sonho dessa aventura, dado que seu sub-consciente também faz parte do universo compartilhado.
    É possível entender o que é realidade ou o que é ilusão? Existe de fato uma realidade, ou tudo é uma ilusão dentro de outra? A obra de Nolan brinca com isso, num domínio que só os kazares entendiam de fato: os sonhos. Mas os kazares foram extintos ou assimilados há séculos, e só nos resta então especular o que de fato o famoso diretor de Memento quis nos mostrar, e torcer para que aja seqüelas de sua obra para um superior entendimento de seu trabalho, que é bem legal. Mas sem tantas cenas de ação com soldadinhos de chumbo, por favor!

PS. Tudo foi um sonho de Milles? Cobb foi só seu peão, manipulado pelas mãos de sua Ariadne?
PS2. Tudo foi um sonho de Nolan? Nós somos apenas peões, manipulados pelas mãos de seu Cobb?

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