quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cinza essa cidade. Como o resto da fogueira do seu funeral.

      Esperava o quê, dessa merda dessa cidade, que nunca te acolheu, e nem teus cidadãos?
    Aqui a coisa não funciona como na tua casa, com toda aquela cortesia e afago nos ombros dos fracos, que de mimados acabam mais doentes e débeis de carência.
    Aqui, nessa cidade gris que sangra enxurradas de esgoto nas sargetas e meios-fios, só as ratazanas fortes sobrevivem.
    Não espero nada de você, mas se quiser continuar vivo e são nesse amontoado de pedras e concreto, é melhor arrumar um hobbie rápido. Que aqui a cabeça pira se você pára. E tenho certeza, você não vai querer parar. amontoados de metrô, pontes e sonhos numa deformidade caótica que só quem respira fumaça por muito tempo compreende.
    Vai, me dá um cigarro e passa o resto da garrafa de vodka, que essa daí dá pra uns três beber, não bebe sozinho, que dá azar.
    Vamos, passa esse isqueiro da china, pra eu ver se ainda tem gás.
    Não acho você um mal rapaz, mas acho que com esse jeitinho de bom moço não vai a lugar nenhum.
    Uma vez minha mãe me disse que os bons morrem cedo, que é pra deixar espaço pros mais espertos terem o que comer.
    Não espera que isso que ela disse não sirva pra você: vai, faz uma cara de mal, quero ver seus olhos frios pra mim, olhos sagazes e gelados!
    É isso moleque, você tá fazendo do jeito certo!
    Agora vem, me pega pela cintura e me chama de sua mulherzinha. Não, não morde não, que tenho mais gente pra atender ainda essa noite. Pára, pára seu louco, não me bate.
    Aaaah, alguém, socorro, vem alguém socorrer, aaaaaaaaahhhh!!!! Merda! O cara bateu as botas! Falei pra ele que não aguentava emoção forte?

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