quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Desabafos a um amigo (lamentações em primeira pessoa)

a dor fica pra você, caro amigo...
    Minha mulher me deixou. Pela quarta vez, nessa década. Acho que agora, sim, agora foi pra valer.
    Virada do milênio, queda do muro de Berlin, recessão fome e desemprego. Passei por tudo, sem tremer sequer o sobrolho. Lógico que dói, que lacera, mas essa de terminar comigo, foi demais.
    Agora sim eu tô na merda... já disse que passei até fome e não reclamei, mas essa agora? Não sei se ela tem outro, pensou em outro, ou comparou o amor da vizinha com o nosso. Mas decisão foi tomada e cumprida, e não a vejo faz seis meses.
    Porra, mais uma vez, a quarta vez. E ela, que disse que só avisava três vezes, mas voltou na terceira, pensei, agora acabou essa frescura de avisar e fica comigo de pra sempre sem encanar.
    Mas não é que ela voltou com essa mania de novo, e foi embora pra nunca mais voltar? Já até ouvi dizer que está com alguém, lavando cueca de outro macho. Mas não fui atrás saber. Não me interessa.
    Enquanto tiver cerveja, cigarro, e você, cactus, ninguém mais pode fuder nossa vida. Sem mais solidão. Eu vou abrir outra breja bixo, quer um pouco de água?

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