segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Santiago do Chile

Andar à pé em Santiago é uma experiência única. com um plano urbanístico bem definido e agradável, possui um sistema de transporte sensacional, sem contar a educação do povo, que é atencioso e gosta de contar sobre sua cultura e cidade. Curioso, eles conhecem muito sobre o Brasil, desde política até futebol! Com blusa leve deu pra passar praticamente 10 dias de inverno sem problemas, desde que você esteja acompanhado do sol: escureceu ou fechou o tempo esfria muito repentinamente! Um passeio maravilhoso, pra fazer várias vezes na vida. Recomendo!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Turquia na União Européia?

    Turquia, militarmente bem armada e treinada, estrategicamente posicionada próximo à Israel numa eventual frente ao Irã, com uma população pareando numericamente à da Alemanha. Modernamente bem relacionada com sua antiga antagonista Grécia, boa fornecedora de matéria-prima e mão de obra barata.
    Parece ser um bom partido para a adesão à União Européia, não acham? Para responder essa pergunta, é preciso observar controvérsias curiosas.
 

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Tudo é ponto de vista

   Dizem sobre o mito da caverna de Platão que o mundo tátil em que vivemos é uma ilusão e que no plano das idéias conseguimos a verdadeira realidade.
Bem, estava pensando sobre isso quando vi essa imagem aí do lado. Quanto mesmo da realidade não está realmente no plano das intensões :?)

Tapete cor de carmim

   Assumi, depois dos goles de leite morno frente à janela molhada de chuva que, pasma, acabara de concordar com a troca do velho tapete de sisal da vovó pelo felpudo cor de carmim que mamãe trouxera de uma de suas viagens ao exterior.
   Gosto de deixar claro meu ponto de vista que não gosta de olhar mudanças por perto do meu mundo.  
   Afinal, tenho coisas mais importantes para ocupar minha cabeça frente às decepções táteis causadas pelas esdrúxulas decorações feitas por uma perua que prefere ir a vernissages e concertos e óperas a abraçar sua filha com gripe. Mas dessa vez creio que ela acertou em cheio.
   Quente e macio, cheio de parafusinhos aveludados, parece até um grande bichinho de pelúcia que, me aconchegando em seus braços, leva-me a aventuras mil enquanto observo o vento levar água e movimentar as árvores desfolhadas do lado de lá dos vidros cristalinos.
   O cheiro de pipoca vindo da cozinha ajuda as boas sensações de paz, tranquilidade, e de espera.
   Maria sabe fazer os melhores bolos do mundo, mas nunca me deixa esperando em demasia sem a minha pipoca amanteigada com chocolate quente. Hoje, como os outros dias meus de solidão na sala em tempos de férias, não seria diferente.
   E como estou aqui, quietinha e com o nariz vermelho, Maria prometeu-me o meu predileto bolo de framboesas. Acho que posso dormir um pouquinho, só um tiquinho sem que esse dia perfeito se acabe. 
Meu soninho gostoso das três da tarde...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Oração ao amigo cansado de aconselhar

   Um dia triste na casa torta. Fugi de mim ao encontrar alguém para lamentar.
   Meu Deus, querido e amado de todos, queira seu filho no momento em que ele não pode querer ninguém.
   Espero sozinho que um pranto externo venha, mas só chovem as lágrimas dentro de mim.
   Obrigado àquele que pensa que pode se apiedar desse ser de aço e concreto armado.
   Que só posso dizer que não mereço sua graça, mas aceito as esmolas do seu coração.
   Estou assim, com gripe, com remorso, com saudades de tudo que sonhei e que se foi, sem ter um dia vindo.
   Reza pra essa alma, torce por ela, que tudo se revigore, e que eu posso sorrir novamente pra você.
   Que hoje estou seco de lágrimas, mas cheio de paixão.

domingo, 12 de junho de 2011

Oportunidades amorosas de um ser inoportuno.

-Oi.
-Oi.
-Como é que vai?
-Não quero falar sobre isso.
-Então vamos falar sobre o tempo.
-Vai chover. Ou então vai fazer muito calor ou muito frio.
-Já pensou em usar algo alucinógeno?
-Ah, cala a boca.
-Eu gosto de você.
-Eu também gosto de mim. Por quê não cai fora?
-Minha vida é sem graça sem você por perto.
-Já a minha é um tédio profundo com você por aqui!
-Tá bom, desisto, vou fazer um despacho pra você...
-Então você acredita em macumba?
-Não, acredito que pessoas como você precisam rir mais. Foi uma piada.
-Há, de péssimo gosto!
-Mas riu...
-Ri da sua tentativa fútil de me agradar.
-Ok, então vou desagradá-la ao máximo!
-Como assim?
-Vou deixar você sozinha, aqui nessa balada, curtindo essa festa chata sem ninguém que se interesse por você por perto.
-Ah, obrigada!
-Ei, não vire as costas pra mim!
-Tire as mãos do meu ombro!
-Desculpe, só queria ver seus olhos mais uma vez.
Alguém os interrompe.
-Ei gatinha, esse idiota está te importunando?
-Ah, não enche o saco e vai cuidar da sua vida!
-Tudo bem vadia, vocês se merecem.
-Obrigado.
-Pelo quê?
-Por me defender desse brutamontes.
-Não te fiz nada, só sei me virar sozinha!
-Gosto de gente assim...
-Assim como?
-Independente.
-E quem disse que sou independente?
-Agiu como se fosse.
-E por acaso você é psicólogo pra me analisar?
-Não, sou publicitário, quer dizer, formado em publicidade.
-Então está desempregado?
-Não, na realidade faço outras coisas.
-Que tipo de coisas?
-Bem, eu tiro fotos. Mmm, fiquei feliz por se interessar pelo que faço.
-Quer saber, boa noite!
-Espera, qual é o seu nome?
-Denise.
-Não acredito.
-O quê, que eu chame Denise?
-Não, eu achei que não fosse receber uma resposta.
-É lógico que te daria uma resposta. Por acaso acha que sou mal educada? Eu só não garanto que esse é o meu verdadeiro nome...
-Então você costuma inventar coisas?
-Qual é o problema?
-Nenhum, Na realidade, é a sua segunda qualidade. Adoro pessoas criativas!
-Ah, então eu sou criativa? E o que mais?
-Adoro seu cabelo castanho, e tem um belo sorriso...
-Vocês homens pensam que a gente é meramente um corpo bonito.
-No seu caso, um belo corpo independente e criativo...
-Você é engraçado.
-Adoro fazer você sorrir...
-Não tinha como evitar.
-Não evite nada, gosto quando age assim...
-Assim como?
-Naturalmente, perto de mim. Parece que nos conhecemos faz tempo!
-Você é muito chavequeiro. Fala isso pra todas?
-Só pras mais lindas.
-Lá vem você com esse papo de beleza.
-É claro que você é atraente, mas estava me referindo ao seu eu interior, seu charme, sua graça; olha, de novo com esse sorriso que me tira do sério!
-Sabe, aceitaria um drinque, mas...
-Mas o quê, meu bem?
-Eu prefiro ir embora, está tarde e eu, bem, não importa.
-O que foi?
-Estava esperando alguém que me deu o cano.
-Como assim? Fico feliz!
-Feliz pela minha tristeza?
-Não, feliz pelo fato de que, no dia dos namorados, nós realmente tivéssemos a chance de se conhecer...
-Você me faz rir. Olha, não posso deixar de ser sincera, você é uma graça!
-Obrigado, são seus olhos. Mas então, aceita o drinque? Eu recomendo o Sex on the Beach...
-Vocês homens, sempre pulando etapas! Não consegue se contentar com um beijo antes?

Inspiração do dia dos namorados...

sábado, 11 de junho de 2011

Transliteração de sinistra educação.

   As escola ferra os mano que não sabem o que querem e acabam escolhendo errado o que não querem depois querem mudar, não mudam e acabam desestindo, ou entãoo mudam e descobrem que querem mudar de novo ou então não muda mas não exerce a profissão que nem eu.

Hoje eu vi a violência, mas não quero falar sobre ela.

Por que falar sobre a violência, se hoje é véspera do amor de união, do dia preferido do casal.
Sim, vi o que não devia e fiquei mal, mas talvez nem tanto quando pudesse se não fosse essa bela véspera.
Gosto da solidão desse dia, porque adoro observar pessoas.
Sentir a aflição do presente certo, a cara de dúvida do moço pelo terno largo do pai emprestado, pelo carro do pai emprestado. O sorriso da moça, a maquiagem e os assuntinhos de cabeleireira com as amigas...
Dizem muito sobre o teor comercial dessa data, e coisas e tal.
Ora, a vida é chata sem um pouco de poesia, aceitem as coisas com um sorriso no rosto, hoje é dia das mão dadas!
Porque eu vi a violência hoje, enquanto observava pessoas, e talvez por ser esse dia, véspera do dia dos namorados, preferi abrir meu coração, e esperar um pouco mais de amor no mundo.
Não se sinta obrigado a estar com alguém, ou de ter alguém. Sinta-se obrigado a sorrir pra vida, dar um abraço nela, beijar sua testa e desejar tudo de bom enquanto olha as estrelas apagadas pela grande lua-cheia.
Sinta-se no dever de se amar.
Mas só hoje, porque é véspera do dia dos namorados, dia que se fica na rua  vendo chegar a meia-noite para ver esse evento se desabrochando.
Outros dias, penso em outras coisas. É mais saudável variar. :)


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ódio amador e dor de amor, pois que seja como for, fujo assim da sua apatia!

   Ódio amador e dor de amor, pois que seja como for, fugi assim da apatia! Que coisa essa mais arredia, ficar entediado bem de noite e no final do dia...! Assim não vivo.  
   Prefiro compaixão. E dó! Sim, tenha dó de mim, que não tenho vergonha de ser abençoado com sua elegância e sua inteligência misericordiosa. E, se possível, com seu calor, calor que é meu, bem na mesquinhez do meu coração, que acho que tudo que não posso ter pertence a mim.
   Imagina eu saber que você me odeia, não com o ódio dos tolos que não têm vocação alguma para sentir sentimentos nobres.
Imagina eu ter esse sentimento seu sendo solitário como sou, esfregá-lo com meu viés de avareza que talvez me impeça à retribuição.
   Pensa em ter para mim alguém que pára o tempo com esse gemido de alma, sendo só um ser vivendo o momento mais íntegro que humanos podem ter, o do ódio amador.
   Que sofra assim, poderosa dor de amor, e que as coisas se estanquem só pra você sonhar comigo sem nunca mais me ver. Ou sentir, ou acreditar. A fé de que não há esperança, e de que a vida é eterna dança, dança essa que você não sabe mais acompanhar.
   Deliro sozinho quieto em face, gritando em mente, para que tudo isso seja tal qual descrevo recorrentemente a mim em cada cigarro que fumo até queimar os dedos, e em cada substância que consumo com finalidades de obter a morbidez da temporária torpeza.
   Pois tenho medo da solidão, e do ser só, que pra mim, se transfigura na apatia. Por favor, tenha-me dó!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Devo satisfações?

Então pagarei satisfações. Com juros. O aventureiro que vos fala viajou por lugares inóspitos, praias paradisíacas, enfrentou alucinações e bestas-feras nas ruínas antigas da antiga Hélade e aventuras burocráticas nos centros urbanos mais improváveis para ter, caros leitores, material novo e fresco para escrever.
Mas vou contar essas coisas em partes, ou melhor, em posts. Peço apenas paciência, pois já fiz o papel de herói, agora vou tentar fazer de narrador...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Aforismo #2 Problemas: o que é uma enchente pra quem vive no pântano?

    O que é dor e pranto pra você, pode ser trivial para o próximo, e vice-versa.
    Cuidado ao menosprezar a dor alheia, achando que se fosse você quem estivesse no lugar, lidaria mais facilmente com a situação.
    Segundo a educação, cultura e ponto de vista, cada um consegue se adaptar mais facilmente em algumas situações do que outras.
  
-x-o-x-

Durante minha pré-adolescência, tive uma dor de cabeça perene, fraca mas latejante, e achava que todas as pessoas também eram assim. Até que com meus 15 anos de idade ela desapareceu, e percebi um mundo diferente. Mesmo assim, até hoje tenho uma tolerância maior à dor física que a média, e acredito que seja esse meu treino forçado para me adaptar tenha mudado minha forma de interpretar a dor.
    Porém sou hiperativo, e não paro um segundo sequer de falar, quando estou perto de alguém, estranhos ou amigos. E isso as vezes incomoda as pessoas, pois além de tudo, falo alto.
    Aonde quero chegar? Bem. Por mais que tente entender as pessoas que são suscetíveis à pequenas doenças, não consigo ter paciência com essa baixa limiaridade, chegando mesmo a confundir com frescura. Porém, quando vejo uma pessoa que fala demais e dá uma bola fora, por pior que seja, eu consigo entendê-la, porque sinto na pele, já fiz isso várias vezes.
-x-o-x-
    Exemplo esdrúxulo para explicar o aforismo, não? Mas creio ser esse um dos principais erros da nossa cultura: Não aceitar a diferença.
    Falamos sobre ela, nos auto-afirmamos tolerantes, mas só queremos entender mesmo nossos iguais. Fora com os monstros, é o que bradamos, quando alguém que pensa diferente da gente erra. E a contrapartida é certa: eles também nos tratarão assim, quando erramos. No que concerne à ilegalidade, a transgressão, ao ético, ao moral.
    Aquele que mora no pântano sempre está preparado para alagamentos, e ri das pessoas da cidade na primeira enchente da TV. As pessoas da cidade têm saneamento, e riem dos moradores do pântano, quando estas pegam doenças comuns.
    Sabedoria para entender o diferente. É do que precisamos. Tolerância.

Banksy

    Banksy, grafiteiro britânico impressionante. Ficou vários anos trabalhando no anonimato, talvez para garantir sua fácil mobilidade nos guetos em que trabalha. 
    Seus trabalhos conseguem  mostrar seu ponto de vista de uma forma fair play, convidando o espectador  a pensar: a agressão de suas mensagens é bonita aos olhos.

Uma vez, funcionários da prefeitura de Bristol, cidade natal de Banksy, apagaram um mural seu de 7 metros com tinta preta. 
Logo um pixador local escreveu por cima : "wot no Banksy?" (o que, sem Banksy?).
O prefeito pediu desculpas públicas.
Hoje, mais do que nunca, a arte urbana é considerada prioridade, 
assim como os bichinhos da floresta
e as baleias azuis.
Dizem que seus trabalhos chegam a valer atualmente mais do que as casas em que foram grafitados.
Curioso, considerando   suas temáticas são anticapitalistas e anticonsumo.
Mais um milagre da Popart? Andy Warhol que responda, de seu túmulo de ouro cravejado de brilhantes. 



Para saber mais sobre esse cara, dê um pulo no site dele:

ou de uma wikada, que tem bastante coisa legal lá:

se não quiser perder tempo, pule direto para seus trabalhos lá no images do goggle:







Eu me divirto com as matérias da UOL!




  










    Não vou falar que não deu pra entender, mas no mínimo ficou deselegante comparar papagaio e pombo com "outros roedores"!

    Veja o excerto do texto de que falo:


    Vai lá dar uma olhada, e me diga se não ficou estranho...


Uol Bichos

    ;)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Fá orelhudo

Hoje não estava muito afim de escrever, então desenhei um fá-orelhudo para postar.


Me dá um abraço? hahahahah

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sobre valores que se invertem ao cair da noite

O bem é mau
O mal é bom
Existem casos em que fazer o bem para alguém prejudica, estraga, mima e vicia.


Existem casos em que fazer o mal por alguém enobrece, forja caráter e e salva.


A alguns alvos precisamos aplicar o mal para fazer bondade.

A outros fazer o bem é apenas um mau negócio, com a melhor das intenções, e delas o inferno está cheio, como dizem...  

Aconselho pois: lembre-se da parcimônia, virtude das ponderações eternas.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Corações singelos e ambições

O sapo perguntou à princesa:
- O que me dá se beijar você?
E a menina respondeu:
- Te transformo em um príncipe, lógico!
O sapo, desanimado, olhou cabisbaixo, depois suspirou:
- E o que eu ganho com isso?
A menina cruzou os braços, atônica:
- Você será muito popular sapo! Morará num castelo e terá varias garotas interessadas em casar com você!
O Batráquio olhou curioso, arrumando-se em sua pedra:
-E ser popular é bom? E ter diversas pretendentes para o matrimônio vale a pena?
A menina, com a mão no rosto, quase desistindo de tentar explicar tudo para o sapo, tentou manter a paciência:
- Sendo popular, você terá mais amigos que poderá dar atenção sapo. Mas precisa tomar cuidado com os aproveitadores e maliciosos que farão de tudo pra se aproveitar da sua influência com as pessoas. E poder ter várias mulheres querendo ser sua esposa garantirá que você se case com uma garota linda e inteligente, mas novamente deve se preocupar com as malvadas que querem se tornar princesas e maltratar o povo às suas custas!
O anfíbio fez força, pensou bastante, e teve uma grande idéia, boba talvez, mas brilhante considerando sua inteligência de sapo:
- E se eu te beijasse só porque você é linda? Nada precisa mudar! Não quero mais amigos que eu possa cuidar, nem mulheres que não possa confiar!
- Sapo bobo, eu sou uma menina!
- Então me beija, só porque me ama...!
E eles se beijaram e ela se transformou numa linda sapinha.
E eles viveram felizes por muito tempo naquela lagoa...

... até o dia em que ele acordou príncipe e foi embora para ser popular e beijar as belas do reino!

Resposta aos injustiçados

Coisas do cotidiano disse...
Uma obra de arte nunca se pinta ao acaso.
Um homem triste deixa de ser triste quando vira uma obra poética destinada ao acaso.
Álcool inflamado queima o seu coração, queima ao fogo e arde de paixão.
O espelho devolve-lhe a certeza de que embriagar-se recupera as boas lembranças e
esquece as bobas brigas.
A bicicleta companheira fiel, o leva de volta ao lar, demonstra a sobriedade de ainda pode se localizar no espaço.
Sóbrio compreende que o caso do acaso nunca existe.

-x-

Comentário feito ao post Injustiça de si próprio. Muito obrigado querida!

-x-

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Enxotem esse bufão!

Sai daqui! Sai d´alguém! Sai d´algum! 
Como és um grande homem, se não podes com nenhum?
Sei como é! Se convém! Se atém!
Tanto cresceste seu covarde, que ainda gigante és zé-ninguém?

Credo! Xô! Que escarcéu!
Explicar para um marmanjo
que sem inocência não tem anjo
que o salve do seu pinéu?

Vou embora, vai também!
Perto de mim por que alguém
que só sofre, e explora certo
o sofrimento encoberto
daqueles que te querem bem?

Saí daqui! Sai d´alguém! sai d´algum!
Podes dizer que és homem, mas por que te vejo como atum?
Sei como é! Te convéns! Te aténs!
Do seu cardume conheço vários, tão ordinários quanto reféns!

De tolice seu bufão,
da tolice rufião!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Girando cabeça, girando!

Uma duas três vezes perguntaram pra mim o que é que estou sentindo hoje. Sinto que estou sentado na barriga de um havaiano feito de geléia amarela com cheiro de caramelo. Ele está com uma corôa de abacaxi e tridente na mão e ri muito com as cócegas dos meus pulos! Dá pra explicar melhor o que eu estou sentindo agora? :)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Injustiça de si próprio


Aqui pintou-se
uma obra de arte
de puro acaso:
vi um homem triste
no seu ocaso
sangrava tenso
tão latejante
todo inflamado
de puro álcool.
Estava se humilhando
de boba briga
que o insuflou
da inatividade
de sua ação.
Agora perplexo
ia cabisbaixo
de bicicleta
para seu lugar nenhum.

Tempo passo

Acho
que passo

um tempo passo
feito uva
assim meio picles

guardada
em lata

bela
falsa

que nada é mais inimiga
da vida que uma coisa em conserva.

Arco Osíris

    Poderia escolher uma cor agora e ver ela surgir clara e lúcida, feito viva cor, imutável e certa.
    Talvez uma cor primária, bela por ser improduzível de qualquer outra forma, senão dela mesma.
    Mas tudo o que vejo são terciárias, quaternárias, mista cores que jamais poderia com minhas forças compô-las.
    Odeio o caos, tenho medo do que não posso controlar.
    Será por isso minha dor, por não conseguir admirar o simples, só mesmo no plano ideal?
  
    Eu adoro sonhar, porque dormindo vivo as cores primárias.
  

Tormento, náusea: o inferno são os outros!?

Ainda não sei, mas tá errado aqui.Tudo sempre tá errado, quando certo você não está. Quando vou achar o correto se mil viéses existem para contrariar o que poderia funcionar no momento?

-x-0-x-

Quando estou lá, quero isso aqui. Quando estou aqui, poderia ter aquilo lá. Droga, droga de estranha náusea por não poder decidir! São os outros, ou de fato sou sempre eu o Nosferatu da paz?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Valendo cada centavo

Gaste o que tiver de gastar, invista
no que for preciso para ter de volta
meu sorriso, meu olhar.

Prometo que não vai se arrepender,
pois a melhor solução não é ficar
triste até morrer!

Por isso não seja módico demais,
gaste seu centavo de euro e outros
valores mais e venha sentir além de
carinhos, aquilo que o amor realmente é capaz...


Comentário lindo enviado por anônimo sobre o post Gastando o que me resta do amor

Coisas do cotidiano colabora...

Como dia Marina Colasanti...
Eu sei que a gente se acostuma,mas não devia...
.
.
.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Acostuma-se para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(...) Queria Acostumar com a ausência mas NÃO deveria....


Esse foi um belo comentário ao post Onde anda minha gatinha?

Como fogo

belíssima resposta de anônimo ao
post Como água
Obrigado!


Como fogo.

Sinto sua falta
um sentimento abrasante
como o fogo, que queima
e arde sem se ver.

Queria tão somente te abraçar,
acalentar esta saudade que teima
em ficar.

Sua presença se faz na ausência,
e nos meus sonhos
procuro te encontrar.

Quando novamente irei ter os
braços teus, se a distância tenta
nos separar num sopro de adeus?

Sonho. Sinto. Quero.
Fosse a água abraçaria o
fogo, fosse o fogo abraçaria
a água. Seria então o todo.

Time tested beautiful tips

Lenda urbana: dizem que esse poema foi escrito por ela!
    Reza a lenda que Audrey Hepburn adorava poesia.      
Particularmente uma escrita por um comediante dos anos 60 americano, Sam Levenson.
    Também jornalista e escritor, apareceu várias vezes no Ed Sullivan Show por seu versátil talento em entreter o público. O que me tocou, no entanto, foi saber sobre sua lendária generosidade, participando e fomentando diversos atos de caridade.
    Abaixo a poesia que Audrey tanto amava, e que mostra o lado sensível desse grande artista:



Time tested beautiful tips

"Para ter lábios atraentes, diga palavras doces. 

Para ter olhos belos, procure ver o lado bom das pessoas.  

Para ter um corpo esguio, divida sua comida com os famintos. 

Para ter cabelos bonitos, deixe uma criança passar seus dedos por eles pelo menos uma vez por dia. 

Para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinho. 

Pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas; jamais jogue alguém fora.
Conheça um pouco de Sam Levenson

Lembre-se que, se alguma vez precisar de uma mão amiga, 
você a encontrará no final do seu braço. Ao ficamos mais velhos, descobrimos porque temos duas mãos, uma para ajudar a nós mesmos, a outra para ajudar o próximo. 

A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela veste, nem no corpo que ela carrega, ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para seu coração, o lugar onde o amor reside. 

A beleza de uma mulher não está na expressão facial, mas a verdadeira beleza de uma mulher está refletida em sua alma. Está no carinho que ela amorosamente dá, na paixão que ela demonstra. 

A beleza de uma mulher cresce com o passar dos anos."


Pensamento bobo: Será que esse texto, recitado como mantra pela musa, não a levou até os caminhos humanitários?  Se de tanto dizermos palavras, acabamos acreditando nelas, pois que funcione esse ditado com coisas boas e atos belos também. Cogito, cogito, só cogito!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Vil gatuno importunando gentil senhorita

    Que pressa é essa bela dama, quanta angústia que me dá?
    Não posso ao seu lado, caminhar sem compromisso?
    Garanto que um papo leve, com suave encanto, o velho sol atenuará!
    Não ouse assim, minha donzela, a fugir do meu olhar! Aperta o passo, toda atrevida, feito fadinha enciumada, mas sei que seu coração só faz chorar!
    Me dá um tempo, deixa-me seguí-la, que depois de acostumada,  sentir-se-á tão bem domada, que tomada em bela dança, formaremos, dou como certo, em especial um belo par.
    Deixa-me te amar.
    Deixa-se me amar.
    Atenuemos esse forte sol com belas juras cozidas todas na coronária cardíaca de cada peito que nossa paixão apregoar!
    Oh bela dama, pois volte cá!
    ...
    Désolé mademoiselle, au revoir!
    ...

Grito atroz de Scarabaeus sedento pela justa vingança




    Você culpou seus erros como nossos, e agora eles viraram meus próprios erros. Chamem agora o carrasco, porque alguém deve assumir esse pecado. Mas vou te contar uma coisa, meu bem. Sabe por quê o escaravelho é sagrado para os egípcios? Eles acreditavam que o próprio podia voltar do mundo dos mortos, ileso.
Aguarde, querida, só aguarde, pois eis que sou Scarabeus, e logo provarei da sua queda.

A boneca de Dorian Gray

"Há muito que não via tamanha tristeza: mesmo a boneca, que parecia tão bela, não ficou ilesa, no tempo de sua natureza. 
Quando alguém triste, em melancolia sem fim, acha que não terá luz no finzinho de seu túnel, vemos que no sacrifício do esperar, passa-se tudo, até o estranho, sim, esse mesmo, passa."

Mire na foto, e veja que curioso. Uma boneca, que foi guardada por tempo inconveniente em um sótão, acabou por motivos não explicados, deteriorando-se, adquirindo um aspecto caquético típico da velhice humana. E ninguém imagina o porquê dessa transformação, nem mesmo o fabricante, que nunca vira algo semelhante.
Talvez assim como os cachorros adquiram a personalidade dos donos, as bonecas espelhem suas almas, aos moldes do retrato de Dorian Gray. Admirável.

Mais nesse link:
http://socyberty.com/paranormal/the-mystery-of-the-doll-that-grew-old-in-the-attic/

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Casualidade sonâmbula

    Morre uma noite, num sono, de punhal, sob travesseiro, no escuro, quarto abafado, soturno, por alguém, que o odeia, não por ranço, nem acaso, só descado, enquanto o rouba sob a lua.
    Lua essa plena cheia, brilhosa e noturna, como toda lua, que se impera, nua, perplexa em seu ocaso, num soslaio de testemunha.
    Morre dormindo, tempo findo, sempre rindo, da desgraça, que graça, trapaça, pensa ele, num último suspiro abafado sob seu travesseiro.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

São Paulo aniversaria, aniversaria São Paulo!

São Paulo anos 50, o próprio futuro


Que venham mil festas para celebrar essa velha São Paulo que desde há muitoprofetizava em suas construções quiméricas e ruelas de organização cretense o futuro traçado à gigante Terra Brasilis!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

The Pot, by Tool


Cara, a música é jóia, mas a animação é que me chamou atenção. Curta aí!
Pra quem quer conhecer mais sobre essa música do tool:

Já passei por aqui

    Já passei por aqui, e te digo, não tinha pra onde ir, só passei, por passar, na intenção de conhecer um novo lugar.
    Sabe aquela noite que não tem vento e nem coiote, nem estalo de chicote, a rua promete e o sangue fervilha, tudo brilha e então você pega sua jaqueta, não pelo frio mas pra se esconder, de proxeneta, e se misturar num cenário atroz, sem dó, sem rumo, você suas pernas e o aleatório caminho, que mundo!
    Dá medo cara, eu tremo as vezes, mas é gostoso sentir à vida um respeito, depois de tanta tediosa segurança num dia inteiro de escritório de carimbos e canetas de funcionário público.
    E então eu vou por lugares secretos, desertos, imundos, as vezes iluminados, as vezes com gente, outras com defuntos, olhando, e passando, e vendo, e levando, mas nunca parando, nem mesmo julgando. Só ando, só ando!
    Dessa vez, assim, não esperava, mas achei um lugar diferente pra minha coleção: um escadarão que levava o nada pro lugar nenhum, meio luz, meio escuridão, com ares que seria essa uma incrível emboscada fatal.
    Véio! Eu subi a piramba véio! Um passo por vez, o eco do sozinho lá longe, seguindo, me encruvinhando e me adrenando! A escalada não morria nunca, e eu bem silêncio no meu cérebro, só pra ver se sentia cheiro ou premonição do perigoso...
    E não é que lá no fim, bem pertinho, pertinho mesmo de acabar, não me desce um transeunte, que quase me arranca a alma pela boca, e que porra, é uma moça nova, com braços cruzados, mochila muchibada nas costas emburrada descendo a encosta. Sem poesia, sem melodia, tava lá, só cruzando aquele lugar perigosão da minha imaginação.
    Fiquei com vergonha e fui embora pra casa comer com cachorro-quente. Menina boba, estragando a aventura dos outros com seu descaso pelo escadarão! Respeita o escadarão menina, bem que podia ser perigoso lá! Naaa, é só um caminho tosco...

Inconformada parabólica

    Bia era notória por viver sozinha em todos os recreios e ócio-tempos na escola.
    Vivia ela com os bichos pra preferir a solidão? Não, diz que não. Mas qual é a dela então?
    Não gosta de nada, Bia, e também não gosta de incomodar.  
    Então fica longe das pessoas, pra não opinar em discussão.
    Que tensão, pensa Bia, viver com as pessoas, pessoas essas que vivem pedindo sugestão! Então Bia fica longe, mas não distante dos sons, das conversas, da confusão.
    Ela gosta de estar antenada, e se por um lado parece parada, está de fato é escutando tudo e todos, como uma novela em que o mundo é um palco de um imenso teatro bom.
    Mas que absurdo essa Bia! Lábios selados, parece até panela de pressão: como não fala, é só orelhas, capta mais detalhes das conversas, mas não pode dar nunca sua versão.
    Que terror, que agonia!  Parece até um sinaleiro!
    Fica de longe, com carinhas expressivas, parecendo mímica em jogos de adivinha!
    Mas adivinha se alguém percebe, se alguém mesmo se atreve e entender essa menina?
    Pelo contrário, fazem chacota:
    - Olha lá, aquela Bia!
    - Mas que Bia?
    - Aquela lá a estrambólica!
    - A inconformada parabólica!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A árvore - The Tree (2010), direção Julie Bertucelli

    Adoro Charlotte Gainsbourg, acho que ela possui uma força expressiva herdada de seu pai Serge que não se pode negar. E mesmo por isso não titubeei em assistir essa película para me despedir dos últimos dias do Cine Belas Artes, que fechará suas portas no final desse mês. Chuvas escondam as lágrimas dos seus órfãos ;)
    Mas o carisma do filme é da pequena Morgana Davies, afluindo toda a energia da história em torno de sua personagem.
    "A árvore" é um filme interessante, calmo, sobre a forma que as pessoas encaram mudanças em suas vidas e a forma que elas agem para livrarem-se de suas seqüelas.
    Uma família feliz vive no interior desértico da Austrália, em uma singela casa modular embaixo de uma frondosa árvore. A vida deles é feliz e pacata, até que o pai Peter (Aden Young), morre de um possível ataque cardíaco, deixando Dawn (Charlotte Gainsbourg, protagonista do Anti-Cristo de Lars von Trier) viúva com quatro filhos.
    Todos ficam perplexos com a morte, mas o ambiente do história não gira na dor da perda, e sim na desorientação dos membros da família sobre o novo rumo a seguir no cotidiano.
    Cada um parece perdido da sua forma: a mãe perde seus horários e fica sonolenta, o filho mais velho de 15 anos(Cristian Byers)  foca-se em estudar para ir embora pra Sidney, Lou de 9 anos (Tom Russell) corta os cabelos longos em protesto, o caçulinha (Grabriel Gotting) de 3 anos não se esforça pra falar, e a Simone de 8 anos abraça a árvore.
    Abraça a árvore! Simone pensa que seu pai está encarnado nela, e mostra isso para sua mãe, que busca acreditar nisso, e de fato acredita.
    Daqui pra frente, sentimos um paralelo entre a árvore e a forte presença do passado e nostalgia na família O'Neil, muitas vezes incomodando com suas raízes, destruindo o que restava da infraestrutura da casa e protegendo-os das mudanças cotidianas, tentando evitá-las talvez. A questão é saber até que ponto seu suporte e proteção é saudável para uma nova vida da família.
    Seria necessário protegê-la, como faz Simone? Aguá-la em tempos de seca, como faz Lou?
    Talvez um mudança brusca seja necessário em nossas vidas. Talvez o novo só venha a florescer com a destruição completa do velho. Esquecer, com respeito. E seguir nossos caminhos. Esse filme propôe isso. Singelo, e com maestria. Bom para assistir a sós ou em casal.
    "Numa mudança, você pode escolher ficar triste ou feliz. Eu escolhi ficar feliz. E fiquei feliz!" dita por Simone à sua amiguinha quando pergunta-lhe sobre como está após a morte do pai.